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quarta-feira, 15 de abril de 2015

A Lenda da Mula-Sem-Cabeça





De acordo com a lenda, a mula-sem-cabeça costuma correr pelas matas e campos, assustando as pessoas e animais, sua forma mais conhecida é de uma mula-sem-cabeça que solta fogo pelo pescoço, mais também pode ser um animal negro com uma marca de cruz branca no pelo, e pode ter ou não ter cabeça.




A origem da Lenda da Mula

A lenda nasceu nos tempos medievais, século XII, na Península Ibérica, época em que as mulas serviam de transporte para os padres e foi trazida para a America pelos os espanhóis e portugueses, no Brasil a lenda se espalhou na área rural, na zona canavieira do nordeste e no interior do sudeste do país. no folclore Mexicano a lenda da mula é conhecida como Marola. Na Argentina ficou conhecida como Mula Anima. A lenda Tem fundo moral religioso, uma forma de repreensão ao envolvimento amoroso das mulheres com sacerdotes. Existe várias versões sobre a origem da mula-sem-cabeça variando de região pra região. Em alguns locais, contam que a lenda surgiu no momento em que uma linda mulher namorou ou casou com um padre. Como castigo pelo pecado cometido, transforma-se neste ser monstruoso nas noites de quinta-feira e nas de lua cheia. Em outras regiões, contam que se uma mulher perder a virgindade antes do casamento pode se transformar em mula-sem-cabeça. Esta versão está muito ligada ao controle que as famílias tradicionais usavam para controlar os relacionamentos amorosos, principalmente das filhas, mantendo-as dentro dos padrões morais e comportamentais de séculos passados. Existe outra versão mais antiga e complexa da lenda. Esta, conta que num determinado reino, a rainha costuma ir secretamente ao cemitério no período da noite. O rei desconfiado de sua mulher, decidiu segui-la para ver o que estava acontecendo. Ao chegar ao cemitério, deparou-se com a esposa comendo o cadáver de uma criança. Assustado, soltou um grito horrível. A rainha, ao perceber que o marido descobrira seu segredo, transformou-se em mula-sem-cabeça e saiu galopando em direção à mata e nunca mais retornou para corte.
Nos pequenos povoado ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da mula-sem-cabeça, também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Ela vai percorrer sete povoados, ao longo da noite, correndo veloz e desenfreadamente até o terceiro cantar do galo, quando, cansada volta a sua forma humana, completamente nua e com cheiro de enxofre.
Apesar de ser comum em todo Brasil, é um mito muito forte entre Goiás e Mato Grosso, e não é exclusivo do Brasil, existindo versões muito semelhantes em alguns países hispânicos.




Formas de quebrar o encanto da Mula-sem-cabeça

Uma pessoa muito corajosa teria que espetá-la com um alfinete virgem ou amarrá-la a uma cruz. Outros afirmam que tirar o freio de ferro que a mula carrega também acaba com a maldição. Há casos onde para evitar que sua amante pegue a maldição, o padre deve excomunga-la antes de celebrar a missa, conforme a região, a forma de quebrar o encanto  da mula pode variar.

É importante também lembrar que algumas vezes, o próprio padre é que é amaldiçoado, nesse caso ele vira um padre-sem-cabeça, e sai por ai assustando as pessoas, ora a pé, ora montando em um cavalo do outro mundo. Há uma lenda norte americana, o cavaleiro sem cabeça, que lembra muito esta variação.


Nomes comuns

Burrinha do padre, burrinha, mula preta, cavalo-sem-cabeça, padre-sem-cabeça, malora (México) e Mula Anima (Argentina).



                                     



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